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segunda-feira, 15 de março de 2010

O País do faz de conta

Vivemos num país fenomenal: o país do faz de conta. Faz-se de conta que se tem um estatuto social ostentando um automóvel de alta cilindrada que se paga em incontáveis prestações. Faz-se de conta que há concorrência nas gasolineiras quando estas alteram concertadamente preços ao cêntimo. Faz-se de conta que se ocupam cargos públicos pagos a peso de ouro por competência e não por favores. Faz-se de conta que Portugal é um país com poucas centenas de habitantes (e a maior parte deles imbecis) e que, por isso, têm que ser sempre os mesmos a ocupar os mesmos cargos públicos independentemente da competência ou incompetência demonstradas. Faz-se de conta que não se tem nada a ver com uma “lei da rolha” estalinista que foi aprovada num congresso pelos seus próprios militantes/apoiantes. Ou melhor, faz-se de conta que não se esteve lá.
Faz-se de conta que vivemos numa democracia transparente e participativa mesmo que essa participação se resuma ao voto acrítico no partido ou em sufrágios nacionais. Faz-se de conta que se ganham eleições quando se perdem. Faz-se de conta que existem nos partidos juventudes partidárias irreverentes, independentes, críticas, descomprometidas, quando na hora da verdade acabam por não resistir a um prato de lentilhas.
Até quando seremos um país de faz de conta?

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