Cavaco Silva fez esta manhã, na sessão solene evocativa do 36.º aniversário do 25 de Abril, na Assembleia da República, o seu melhor discurso desde que está na Presidência.
Sem ser contundente com o Governo e a pensar na reeleição, claramente, "bateu" nos temas certos, verberando, também ele, os salários e bónus imorais dos gestores de algumas grandes empresas e inscreveu, definitivamente, como prioridades nacionais duas ideias fecundas: o mar como factor de valorização económica de Portugal e o potencial criativo e a riqueza cultural do Porto e da Região Norte.
Não posso deixar de estar mais de acordo com o Presidente no essencial desta mensagem de futuro que deixou ao país, mas no plano político imediato prefiro destacar a referência a Salgueiro Maia. O reconhecimento presidencial poderá ter chegado tarde, como sublinhou Manuel Alegre aos jornalistas, nos "passos perdidos" de S. Bento, mas ficou-lhe bem recordar o exemplo do mais generoso Capitão de Abril e fazer mea culpa no coração da Casa da Democracia. Por isso, embora aplaudindo Cavaco Silva, venho aqui gritar bem alto, como ouvi o meu Pai fazer há 36 anos, na Baixa do Porto: VIVA O MFA! Viva os Capitães de Abril!
(ilustro este post, propositadamente, com um dos mais reconhecidos cartazes do MFA, que a 5.ª Divisão distribuiu por todo o país em 1974, da autoria de João Abel Manta)
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