(PARTE I)
No próximo Sábado os militantes do PS serão chamados a escolher o líder e uma nova Comissão Política Concelhia (CPC). Apresentam-se a este acto eleitoral três listas identificadas, para já, pelos respectivos líderes: João Casimiro, Fernando Moniz e Orlando Oliveira. Nesta escolha, os militantes devem ter em conta as linhas de orientação estratégica e o plano de acção que melhor sirvam os interesses dos militantes mas sobretudo de todos os famalicenses. Nestas eleições os militantes socialistas avaliarão também o trabalho desenvolvido pela CPC liderada nestes últimos dois anos por Fernando Moniz. Em 2008, na sua moção estratégica, Fernando Moniz prometeu: a) um partido “aberto ao exterior e aos cidadãos”; b) um partido “próximo das pessoas e dos seus problemas”; c) um partido próximo dos “militantes e simpatizantes”; d) um partido “líder fomentador da inovação”; e) um “projecto ambicioso e um programa municipal ambicioso” nas autárquicas, prometendo também apoiar e motivar os autarcas; f) um partido com “candidaturas ganhadoras em todas as freguesias”. Observado e avaliado o trabalho desenvolvido no mandato que agora termina, verifica-se que muito pouco mudou no partido. O PS não se abriu ao exterior e aos cidadãos nem esteve próximo dos militantes, das pessoas e dos seus problemas. Viveu, como afirma o camarada João Casimiro, “num casulo urdido por relações de poder e de benesses”. Os militantes raríssimas vezes foram chamados a participar. O PS apresentou um programa eleitoral autárquico com soluções interessantes para o concelho, principalmente a nível social e económico mas com muitas lacunas - a nível ambiental, da Educação e das Novas Tecnologias, temas praticamente ausentes do programa, bem como no que respeita às freguesias, em que não foi apresentado um projecto coerente de intervenção. Acresce que este foi elaborado sem a participação dos militantes e simpatizantes do PS. Instituiu-se uma iniciativa à partida interessante (CAE), cujo objectivo era a "abertura à sociedade famalicense" e "o debate e a troca de experiências" mas que se configurou (como tive pessoalmente oportunidade de constatar) como uma oportunidade desperdiçada pela Comissão Política que demonstrou pouco interesse em ouvir os “conselheiros” sobre soluções programáticas e estratégicas para o concelho.
O PS não renovou nem fomentou a inovação. Quer para a Câmara, quer para a Assembleia Municipal (AM), privilegiou, aparentemente, na escolha dos candidatos o currículo aparelhístico-partidário. A representatividade e a dinâmica das freguesias não foi tida em conta (Joane, por exemplo, não tem um único deputado municipal).
O PS não apoiou/motivou devidamente os seus autarcas/eleitos. Estive quatro anos a Presidente da Assembleia de Freguesia de Joane, uma das mais populosas do concelho. Neste órgão apresentei, juntamente com outros eleitos do PS, vários pedidos de esclarecimento à Câmara Municipal e outras entidades sobre problemas estruturais da Vila (entre outros, a construção do Centro Escolar, a construção da capela mortuária; a construção de um novo pavilhão gimnodesportivo; o processo de urbanização de terrenos no centro da Vila de Joane (antiga Estamparia Rafael); as obras de reabilitação do Bairro Social Francisco Simões). Alguns destes dossiers ainda aguardam resposta da Câmara Municipal (ver http://www.afjoane.blogspot.com/ ). Nunca fui contactado por qualquer vereador ou deputado municipal do Partido Socialista ou elemento da CPC, no sentido de contribuir para resolução destes problemas que afectam a população. Já em 2007 organizei, juntamente com Ivânia Fernandes (Secretária da AF) e outros eleitos, um colóquio sobre as competências da Assembleia de Freguesia (com o Dr. Nuno Melo e o Dr. Cândido Oliveira). Marcaram presença nesta iniciativa Presidentes de Junta e de Assembleia de Freguesia, deputados municipais e outros eleitos e cidadãos anónimos, num total de cerca de 70 pessoas quer do concelho de Famalicão quer de Guimarães. Apenas um Vereador da Câmara Municipal esteve presente: o Dr. Jorge Paulo Oliveira…do PSD. Da então CPC socialista ninguém esteve presente. Onde esteve o PS no apoio aos seus eleitos?
O PS não apresentou candidaturas ganhadoras. Basta para isso consultar os resultados eleitorais das últimas eleições autárquicas e verificar que das 49 freguesias do concelho o PS apenas ganhou nove.
Estas são algumas premissas que me levam a concluir que a melhor solução para o futuro do PS no concelho não passa pela candidatura liderada por Fernando Moniz mas pelo camarada João Casimiro que apoio desde a primeira hora.
Não está em causa o carácter, a simpatia e a competência latente de Fernando Moniz mas sim as provas dadas neste mandato e a ausência de soluções concretas para construir o “novo partido” que prometeu aos militantes em 2008. Promessa que repete nestas eleições, numa moção cheia de boas intenções ideológicas mas vazia de propostas concretas para mudar o PS em Famalicão e garantir o sucesso do partido no futuro, nomeadamente para ser uma alternativa credível ao actual poder social-democrata. Desta vez, estou em crer, é a candidatura de João Casimiro que poderá garantir a defesa intransigente dos interesses de todos os famalicenses (e não apenas de alguns), que pode credibilizar o partido em Famalicão e aproximá-lo dos militantes e dos cidadãos. É para isso, ou devia ser, que os partidos existem numa democracia.
PS: Sobre a candidatura de Orlando Oliveira não estou, para já, em condições de me pronunciar. Isto porque até ao momento (a quatro dias das eleições), não foi publicitada a sua moção estratégica. Apenas sei que foi um dos “braços direitos” de Fernando Moniz na coordenação da estratégia comunicativa autárquica, com os (maus) resultados que se conhecem. Também sei que há dias foi demolida em Joane uma das suas obras emblemáticas enquanto Presidente de Junta: as lojas no Largo da Feira. Para dar lugar à renovação… deste espaço de Joane.
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