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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Imprensa e cidadania

O recente episódio protagonizado por Ricardo Rodrigues talvez sirva para algo útil: fazer alguns cidadãos, particularmente aqueles que têm especiais responsabilidades, interrogarem-se sobre que informação temos, quem são e a quem servem os jornalistas de hoje.
Devo dizer, em jeito de preâmbulo, que achei a reacção de RR moderada; por mim, teria ido às fuças àqueles vómitos humanos. Mas não posso deixar de lamentar que o mesmo RR se tenha prontificado a conceder uma entrevista a uma publicação de um grupo editorial conhecido pela completa falta de escrúpulos dos seus "jornalistas": quem se aproxima das hienas corre o sério risco de ser mordido.
Dito isto, importa clarificar que a generalidade da informação está nas mãos de grandes grupos económicos, a quem a maioria dos jornalistas não se importa de vender a alma por um prato de lentilhas. Os grupos económicos não têm por missão manter cidadãos atentos e informados; antes usam servir-se dos média que controlam para exercerem uma ilegítima e imoral pressão sobre o Poder, ou então mantê-lo descaradamente a seu bel-prazer. O fenómeno Berlusconi é, disso, o mais gritante exemplo na Europa; nos EU, a Fox de Murdoch faz alegremente o papel de superlativo da imbecilidade.
Não há cidadãos livres sem uma informação isenta; o Estado fez muito mal ao alienar todos os jornais que detinha - será um completo desastre se, como pretende o rapaz lançado por Ângelo Correia, também se desfizer da rádio e da TV públicas - não que estas prestem um serviço de qualidade, mas porque, apesar de tudo, servem de dissuasor.

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